Hoje, numa sessão, tive que procurar em mim forças para algo que não estava preparada. Após a leitura de uma notícia, trazida por uma senhora, sobre um monitor da Casa Pia condenado a cinco anos e meio de prisão por abuso sexual de crianças surdas-mudas, a colega, que se manteve calada por um longo período, desata num pranto e confessa que foi vítima de pedofilia durante a sua adolescência. Não entrou em pormenores, mas ficámos a saber quem foram os criminosos que a praticaram. Senti uma repugnância tão grande por estes indivíduos, uma revolta imensa e uma vontade de a abraçar, que precisei de um tempo sozinha, mandando-as para intervalo. Provavelmente o crime já prescreveu, um deles já faleceu e o outro tem uma incapacidade resultante de um acidente, mas nada apaga a dor daquela mulher que já foi menina. Já li relatos de vidas complicadas, já vivenciei momentos de angústia, mas isto ainda não me tinha acontecido em plena sessão. Devia ir estudar, mas continuo meio atordoada... Marcadores: trabalho
Rabiscado por Gabriela as 2:00 PM
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