05 fevereiro 2007
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Aborto
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A poucos dias do referendo sobre o aborto, andamos às voltas com a nossa consciência. Como não gosto de tomar decisões precipitadas ou imponderadas, tenho reflectído muito sobre esta questão. Já li e ouvi argumentos das duas facções e confesso que não consigo deixar-me convencer pelo SIM à Interrupção Voluntária da Gravidez. A minha experiência e a minha consciência ditam-me NÃO. Não vou pactuar com aqueles que seguem o caminho mais fácil, embora penoso, acredito e optam por incererar um ser, que seria um bebé perfeito e saudável e que nada fez para lhe retirarem o direito à vida. Não consigo aceitar que os meus impostos não chegam para aliviar as enormes listas de espera nos departamentos oncológicos, pediátricos, nas consultas e tratamentos de infertilidade, entre outros, mas que sirvam para continuar a enriquecer alguns? Sim, porque manter-se-á a vertente económica ligada à desgraça humana, não nos iludamos! Condenar com pena de prisão aquelas que optam por fazê-lo, não é solução, penso que nisto estamos todos de acordo. Torná-lo liberal, permissivo e vinculativo, também não é solução. Enquanto na Europa, países que já possuem a lei que despenaliza o aborto pretendem revê-la, nós por cá queremos aplicá-la! Andamos mesmo um passo atrás em relação a tudo o que se passa em torno de nós! Compreendam. Não andei 10 anos a nadar num mar revolto de incapacidades físicas e humanas do nosso sistema de saúde, que me colocava numa lista de espera, me catalogava com termos técnicos isentos de sentimento e me numerava para, agora, dizer que aceito que esses mesmos meios sejam utilizados para interromper uma gravidez. Não sou de cepticismos, por isso aceitarei o que a maioria dos portugueses decidir, no dia 11. As ideias são para serem partilhadas e respeitadas, alguns comportamentos podem ser discutíveis. Pensem bem!
Boa semana.
Gabriela
Rabiscado por Gabriela as 11:42 AM
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