23 abril 2007
|
Infertilidade
|
Normalmente não tenho tempo para ver programas de televisão durante o dia. No entanto, na sexta-feira passada, a minha mãe despertou-me o interesse pelo tema que iria ser abordado no programa da Júlia Pinheiro: infertilidade. Entre uma e outra explicação, fui dando uma espreitadela. Como sempre é comovente ouvir os relatos sofridos de quem tem que passar por este lado menos bom da vida. Eu identifiquei-me com cada palavra e cada lágrima daqueles casais que deram voz e cara à luta por um filho. Os tratamentos, as despesas inerentes aos mesmos, as discriminações, a pressão social, a dor dos negativos e a felicidade de se realizar o SONHO marcam quem tem que passar por este processo... marcam-nos para sempre. Houve uma expressão proferida pela Júlia que deu consistência a um sentimento que me acercou durante 10 anos: todas nós que, independentemente do tempo, esperamos por um filho somos "mães de colo vazio". É isso mesmo, Júlia! Pouca gente entendia o desabafo que eu tinha frequentemente, quando me perguntavam por que razão eu sofria tanto, por que não tomava outras opções. Então, eu repetia vezes sem conta: o meu corpo e o meu coração reclamam um filho. Eu sinto a maternidade à flor da pele( já era "mãe de colo vazio"). Amava um filho, que acreditava que viria, mas ainda não o tinha pegado ao colo, embora lhe sentisse o cheiro, a pele macia e lhe descobrisse o sorriso. Nenhuma outra criança, que não fosse gerada por mim, serenava a minha alma. O meu corpo e o meu âmago estão saciados, a maternidade mantém-se à flor da pele como nunca e o meu filho, agora com rosto e corpo, é mais que a minha própria vida, pois dá-la-ia, por ele, sem hesitar um só segundo. E a tal opção que médicos, amigos e familiares teimavam em me sugerir, a adopção, não está posta de parte. Agora, sim agora, estou preparada para ela. O futuro só a Deus pertence!
Boa semana! GabrielaMarcadores: infertilidade
Rabiscado por Gabriela as 5:44 PM
|
|