21 abril 2010
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A minha luz e os meus medos.
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Esta Primavera tem sido escura e regada pela chuva, que insiste em permanecer, mas os meus dias são resplandecentes, pois logo pela manhã o filho abençoa-me com “mamã, gosto muito de ti!”
Nos momentos mais complicados do dia, recordo estas palavras e o rosto lindo dele, passando a encarar cada obstáculo com leveza, objectividade e discernimento. Esta consciente felicidade mistura-se muitas vezes com o receio de que algo me possa acontecer ou que a vida do meu filho possa ser posta em perigo. Não sei se todas as mães sentem o mesmo, mas eu confesso que este amor infinito pelo meu filho alterou a minha personalidade, pois passei a ter medo de tudo, de não controlar determinadas situações e de não o poder proteger todos os minutos da sua vida.
Muito deste receio provém do facto de todos os dias ler histórias de vida marcadas pelo sofrimento que advém da perda. Embora me consiga desvincular com certa facilidade destas experiências relatadas em contexto formativo, a verdade é que aprendo com elas e algumas marcam-me profundamente.
Vejo-me a ter medo das frequentes manifestações de vida com que o nosso planeta nos tem congratulado, tenho medo das alterações climatéricas e das consequências futuras, tenho medos dos obstinados… Quem ama tem medo, será, ou eu estou maluca?!
Quando estes pensamentos me bloqueiam, agarro-me à expressão de amor do meu filho e agradeço a Deus o privilégio de ser mãe.
Também gosto muito de ti, meu filho!
Rabiscado por Gabriela as 11:28 AM
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